Resenha: Confissões de um turista profissional, Kiko Nogueira
Título: Confissões de um turista profissional
Autor: Kiko Nogueira
Editora: Novo Conceito
Gênero: Crônicas/Turismo
Páginas: 94
Publicado em: 2011
Avaliação: 5 estrelas
Autor: Kiko Nogueira
Editora: Novo Conceito
Gênero: Crônicas/Turismo
Páginas: 94
Publicado em: 2011
Avaliação: 5 estrelas
Kiko
Nogueira é jornalista e ex-diretor de direção da revista Viagem e Turismo e do
guia Quatro Rodas. Com esse currículo já podemos esperar um ótimo guia de
viagens, certo?! É... Mais ou menos, no bom sentido!
Vamos começar pela sinopse oficial do livro: “Quem gosta de viajar, e viaja
mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de
falar a verdade sobre os lugares que visitou. Coisas como: vale a pena todo
aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais
insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: por que o Brasil
precisa de mais uma obra do Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um
rastro de concreto aonde quer que vá? Mas falar dessas coisas é, no mínimo,
tornar-se um chato.
Pois Jota Pinto Fernandes, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em
cada viajante. Corajoso e desbocado o suficiente para dizer o que as agências e
seu amigo que acabou de chegar de Nova York nunca falarão.”
Um livro
bem curtinho, que você consegue ler em 1h30, no máximo. Curto, mas que rende
muitas risadas, coisas para refletir e viagens para planejar!!!
Como eu disse, não é um guia de viagens, e sim um livro com crônicas sobre
viagens, mas você pode aproveitar muitas dicas que ali estão... Eu, por
exemplo, não passei o sufoco para tentar ver a Monalisa no Louvre, na verdade
nem entrei no museu, mas nem por isso meu passeio deixou de ser interessante.
A visão de Kiko sobre os diversos tipos de turista é mais do que hilária. Ele
vai falar de brasileiros no exterior, estrangeiros no Brasil, mochileiros,
aventureiros e a diferença entre turistas e viajantes... Uma horda de figuras
facilmente identificáveis durante uma viagem, ou uma simples ida ao aeroporto.
“Caro turista amante da natureza e da aventura, campista ou não, bicho-grilo reformado ou não, aceita um conselho? Cuide da natureza deixando sua barraca em casa.”
“Hoje, mochilar é uma religião com adeptos fanáticos. Na hierarquia mundial do turismo, ficam eles lá no topo. Em seguida, muitos degraus abaixo, os turistas, esses panacas vestidos de camisa florida e bermuda. [...] Ainda que papai e mamãe tenham lhes dado um bom dinheiro para não fazer muita coisa, os mochileiros se acharão melhores que o senhor e a senhora, que pagam a viagem com a crianças em dez suaves prestações.”
A maioria
das crônicas são sobre viagens dentro do Brasil, América do Sul, Europa ou
Estados Unidos. O foco da abordagem são as situações (e quantas situações!),
porém sobre os locais em si, pouca coisa é dita.
Teve uma crônica em especial que chamou muito a minha atenção. Primeiro eu
fiquei surpresa; quando eu terminei, eu estava com raiva, mas depois de uma reflexão,
me senti orgulhosa! Do que ele falava no texto? “Viva a rua Javari, meu!”. Sim,
o meu amado bairro: a Mooca. Onde nasci, cresci e vivo até hoje!
A surpresa foi porque eu não esperava encontrar em um livro de crônicas
turísticas, uma crônica sobre a Mooca. A raiva veio com os comentários irônicos
sobre o bairro e o orgulho que os moradores têm de viver aqui, tanto que usamos
camisetas com dizeres do tipo “Eu sou da Mooca!” (eu não tenho uma). Por outro
lado, ele “exalta” o nosso time, o Juventus, e os jogos de domingo que
acontecem na rua Javari (eu nunca fui!). E o orgulho veio por aí... Ele poderia
ter falado de tantos outros bairros, ou de algum outro país, mas não... Ele
falou da Mooca!!!
Recebeu 5
estrelas por ter a combinação perfeita, mesmo para quem não gosta de ler: é
curto, fácil, divertido e útil.