19.10.12

Resenha: Cuco, Julia Crouch

Título: Cuco
Autor: Julia Crouch
Editora: Novo Conceito
Gênero: Ficção
Páginas: 464
Publicado em: 2012
Avaliação:  3  ½ estrelas
Sinopse: Polly é a mais antiga amiga de Rose. Então quando ela liga para dar a notícia que seu marido morreu, Rose não pensa duas vezes ao convidá-la para ficar em sua casa. Ela faria qualquer coisa pela amiga; sempre foi assim.
Polly sempre foi singular — uma das qualidades que Rose mais admirava nela — e desde o momento em que ela e seus dois filhos chegaram na porta de Rose, fica óbvio que ela não é uma típica viúva. Mas quanto mais Polly fica na casa, mais Rose pensa o quanto a conhece. Ela não consegue parar de pensar, também, se sua presença tem algo a ver com o fato de Rose estar perdendo o controle de sua família e sua casa.
Enquanto o mundo de Rose é meticulosamente destruído, uma coisa fica clara: tirar Polly da casa está cada vez mais difícil.

Uma família simples com sua vida interiorana pacata veem suas vidas mudarem da noite para o dia. Rose, a mãe de duas meninas lindas, Anna e Flossie, e esposa dedicada de Gareth, um artista que está em busca da sua grande arte, recebe uma ligação da sua melhor amiga, Polly, contando que agora está viúva. Sentindo muito pela perda da amiga, Rose decide convidá-la junto com seus filhos para passarem alguns dias em sua casa até suas vidas tomarem um novo rumo.
O que ela não esperava era que aos poucos iria se afeiçoar às crianças mal educadas e briguentas e a não querer enxergar os erros da melhor amiga que, pelo seu passado duvidoso de ex-drogada e alcóolatra, e no presente viciada em remédios, não “desfruta” muito dos seus momentos de luto. Logo, Rose vê sua casa e seu controle sairem dos trilhos aos poucos, sem querer acreditar qual o verdadeiro motivo para isso.
Assim a gente acompanha um enredo repleto de dramas, intrigas, segredos do passado e muito suspense.

Antes de tudo, o livro prende do inicio ao fim. Muito por conta do seu suspense e por você querer saber o que vai acontecer e descobrir todos os segredos envolvidos. Isso faz com que não dê a mínima vontade de largá-lo e também a escrita é envolvente. Algumas vezes temos alguns detalhes, umas pequenas regressões das protagonistas, Rose e Polly, que nos deixam com uma sensação de já querer antecipar o final, mas calma. O final... deixa muito a desejar, depois irei comentar sobre isso.

O que falar dos personagens? Todos eles muito bem construídos, claro que a trama ajuda, mas a autora consegue traçar o perfil deles muito bem, inclusive o psicológico. Porém, Rose me deixou muitas vezes com vontade de pegá-la pelos ombros, dar uns tapas na cara dela (me revoltei) e chacoalhá-la até acordar pra vida, porque ela foi muito burra e cega ao mesmo tempo, não dá pra ser ingênua a esse ponto. Já Polly, estava sempre nos momentos certos e apropriados, sempre muito cínica aproveitando o máximo que podia.

Agora vocês devem estar se perguntando sobre o que comentei anteriormente sobre o final, então vamos lá. Sabe aqueles filmes de terror que tem um final em que alguns se salvam, mas o mal não foi por completo vencido dando a possibilidade de acontecer novamente? Pois é, foi exatamente essa sensação que o livro passou. Em uma única enxurrada descobrimos os segredos escondidos, desencadeando diversos acontecimentos inesperados e chocantes e de repente o final que esperava uma revolução, simplesmente desencanta.

Por isso a minha avalição ficou nas 3  ½ estrelas. Se a autora não terminasse desse jeito, o livro seria perfeito, com tudo o que há direito em um bom suspense. Por mais que o fim deixe a desejar, eu ainda recomendo a leitura. Mas cuidado, não leia a noite, a não ser que você queira ir madrugada adentro.

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