20.12.11

Resenha: Confissões de um turista profissional, Kiko Nogueira


Título: Confissões de um turista profissional
Autor: Kiko Nogueira
Editora: Novo Conceito
Gênero: Crônicas/Turismo
Páginas: 94
Publicado em: 2011
Avaliação: 5 estrelas


Kiko Nogueira é jornalista e ex-diretor de direção da revista Viagem e Turismo e do guia Quatro Rodas. Com esse currículo já podemos esperar um ótimo guia de viagens, certo?! É... Mais ou menos, no bom sentido!

Vamos começar pela sinopse oficial do livro: “Quem gosta de viajar, e viaja mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de falar a verdade sobre os lugares que visitou. Coisas como: vale a pena todo aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: por que o Brasil precisa de mais uma obra do Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um rastro de concreto aonde quer que vá? Mas falar dessas coisas é, no mínimo, tornar-se um chato.
Pois Jota Pinto Fernandes, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em cada viajante. Corajoso e desbocado o suficiente para dizer o que as agências e seu amigo que acabou de chegar de Nova York nunca falarão.”


Um livro bem curtinho, que você consegue ler em 1h30, no máximo. Curto, mas que rende muitas risadas, coisas para refletir e viagens para planejar!!!
Como eu disse, não é um guia de viagens, e sim um livro com crônicas sobre viagens, mas você pode aproveitar muitas dicas que ali estão... Eu, por exemplo, não passei o sufoco para tentar ver a Monalisa no Louvre, na verdade nem entrei no museu, mas nem por isso meu passeio deixou de ser interessante.
A visão de Kiko sobre os diversos tipos de turista é mais do que hilária. Ele vai falar de brasileiros no exterior, estrangeiros no Brasil, mochileiros, aventureiros e a diferença entre turistas e viajantes... Uma horda de figuras facilmente identificáveis durante uma viagem, ou uma simples ida ao aeroporto.
“Caro turista amante da natureza e da aventura, campista ou não, bicho-grilo reformado ou não, aceita um conselho? Cuide da natureza deixando sua barraca em casa.”
“Hoje, mochilar é uma religião com adeptos fanáticos. Na hierarquia mundial do turismo, ficam eles lá no topo. Em seguida, muitos degraus abaixo, os turistas, esses panacas vestidos de camisa florida e bermuda. [...] Ainda que papai e mamãe tenham lhes dado um bom dinheiro para não fazer muita coisa, os mochileiros se acharão melhores que o senhor e a senhora, que pagam a viagem com a crianças em dez suaves prestações.”
A maioria das crônicas são sobre viagens dentro do Brasil, América do Sul, Europa ou Estados Unidos. O foco da abordagem são as situações (e quantas situações!), porém sobre os locais em si, pouca coisa é dita.


Teve uma crônica em especial que chamou muito a minha atenção. Primeiro eu fiquei surpresa; quando eu terminei, eu estava com raiva, mas depois de uma reflexão, me senti orgulhosa! Do que ele falava no texto? “Viva a rua Javari, meu!”. Sim, o meu amado bairro: a Mooca. Onde nasci, cresci e vivo até hoje!
A surpresa foi porque eu não esperava encontrar em um livro de crônicas turísticas, uma crônica sobre a Mooca. A raiva veio com os comentários irônicos sobre o bairro e o orgulho que os moradores têm de viver aqui, tanto que usamos camisetas com dizeres do tipo “Eu sou da Mooca!” (eu não tenho uma). Por outro lado, ele “exalta” o nosso time, o Juventus, e os jogos de domingo que acontecem na rua Javari (eu nunca fui!). E o orgulho veio por aí... Ele poderia ter falado de tantos outros bairros, ou de algum outro país, mas não... Ele falou da Mooca!!!

Recebeu 5 estrelas por ter a combinação perfeita, mesmo para quem não gosta de ler: é curto, fácil, divertido e útil.

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